Nasceu no dia 12 de setembro de 1876, na cidade de Macaíba-RN, filha de Eloy Castriciano de Souza e Henriqueta Leopoldina de Souza. Estudou em Recife,colaborou em Jornais e Revistas de Natal e da capital Pernambucana tendo com isso quebrado a hegemonia masculina dos círculos literários da época( compostos em sua maioria por figuras masculinas e críticos que ignoravam as escritoras mulheres).
No entanto , em 1899 e 1900,Auta de Souza chegou a assinar seus poemas com os pseudônimos de Hilário das Neves e Ida Salúcio, o mesmo que faziam alguns autores da época.
Em 1900, ela publica seu único livro O Horto, onde se encontra seus poemas,com prefácio de Olavo Bilac.
Poetisa desde os doze anos de idade,escrevia sobre tudo sobre o que se passava ao seu redor, deixou nos lindíssimas poesias carregadas de sentimentos diversos, desencarnou precocemente aos 24 anos de idade, sendo vitima de tuberculose, epidemia que assolava na época.
Por sugestão do então presidente da Academia Norte Rio Grandense de Letras,foi colocado em seu túmulo uma lápide contendo os versos do poema "Lembranças de Morrer" em 1951.
Natal, poema de Auta de Sousa
NATAL
É meia noite … O sino alvissareiro,
Lá da igrejinha branca pendurado,
Como num sonho místico e fagueiro,
Vem relembrar o tempo do passado.
Ó velho sino, ó bronze abençoado,
Na alegria e na mágoa companheiro!
Tu me recordas o sorrir primeiro
De menino Jesus imaculado.
E enquanto escuto a tua voz dolente,
Meu ser que geme dolorosamente
Da desventura, aos gélidos açoites …
Bebe em teus sons tanta alegria, tanta!
Sino que lembras uma noite santa,
Noite bendita mais que as outras noites!
Auta de Souza, deve ser considerada a poetisa norte rio grandense que mais ficou conhecida fora do seu Estado e sua poesia apresenta leves traços de romantismo e simbolismo.
Circulou nas rodas literárias do país despertando sempre muita emoção e interesse e foi incluída nas antologias e manuais de poesia das primeiras décadas.
Como a maioria dos escritos femininos, sua obra poética retrata em parte suas experiências vividas no seu cotidiano não comprometendo de forma alguma o lirismo e o valor estético de seus versos.
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